Thursday, September 27, 2007

testemunho

passarei meu testemunho ao tempo
que em séculos lá idos
aceitou carregar nas suas costas Hitler
apesar de ter morto antes do galo cantar
Che Guevara, Luther King, Mabalane companhia santos

Deixarei sem querer ao tempo
o testemunho que ele carregava
cumplicidade da história na morte
bárbara de Saddam e os seus

Tempo é Bush, Bush é tempo!
Bush já não é filho, nem irmão, nem pai
filho ou tio , mas sim história, tempo
vontade que ainda alheia supera o mundo
Por isso tempo é ele! e nós?

sonhos

Não sei como vou tocar o céu
Nem como beijar a lua
Apoiando me nos braços das estrelas
E com calor do céu

Não seu como irei tocar o chão e beijar a areia
E pedir ao vento para segurar meu corpo
Sem nunca me deixar suspenso

Peço a Deus que a paranóia nunca se realize
Para que o diabo não me castigue
Pela experiência dos homens, vejo que ele Come sangue e bebe pão

1000 milhas de saudades

Estava eu acocorado num banco
Prestava declarações á Epistemologia
Mas nada de ciência me domava
Apenas o seu olhar em meu pensamento pairava

Tentei fingir, simular como Gaúcho
Mas nem Uarrota conseguiu me deter o pensamento
que já era um sentimento, não podia nada saber

Pensei em mil beijos que te daria no próximo encontro
A sua volta lá do outro lado
Onde sei que as custas da minha saudade
O sol vai beijando sua pele macia

Isso roe-me, dói-me, mas mais doloroso ainda
É saber que só te verei na vésperas do período sagrado
Onde cópulas são água encima do pato

pensar em ti

Podes tu pensares que
Eu não penso em ti
Mas eu penso que
Tu pensas em mim

Pensei em não pensar mais
Mas quanto mais não penso
Mais penso e pouco te dispenso
Não vale nada ficar suspenso

Não penso em ficar séculos
Entre te querer e não te ter
Quando penso sempre em sí

Monday, September 24, 2007

Seus olhos

Ando com manias de descrever olhares que meus olhos
Nunca enxergaram;
Olhares cuja existência só Sartre para me ilucidar,
Porque a dúvida cartesiana já fracassou na época moderna.

Ai de mim ousar transparecer o segredo deste trovador
Pouco sucedido nas barbatanas das donzelas
Homem cheio de sina invertida
E revertida para a chaminé do intestino grosso

Vejo seus olhos como nunca vi outros
Mas se olhar seus em troca me cairá água morna no rosto
Juro e renuncio, mais vale te esquecer

Friday, September 21, 2007

na esquina da fakul

a tarde está sorridente

as verdes folhas recitam poesia

são versos inocentes de jovens

apaixonados pelo nada

o ar carrega a cumplicidade da vontade

de sucegar a garganta com derrivados da cevada

o olhar está mais lúcido que a voz de um pato em cio

fui vitimado pelo bem querer das beldades

mas pouco recheadas de palavras

está minha mente,

refugio-me nos versos

que malta Camões, Craveirinha deixaram nas

bibliotecas que não existem na cidade