Tuesday, July 24, 2007

Para ti

Escrevi dois versos castanhos
Na areia branca da praia
Para que os mirones pudessem
Ler e perceber o que está escrito
No meu peito

Foi em vão porque as ondas
arrancaram do fundo da minha
alma todo amor e leiloaram
por dois motivos: primeiro porque
tu já rebolavas noutros braços; segundo
Deus achou injusto continuar a te amar

Trepei o destino e a vida apoiando-me
Em lágrimas que vertiam no meu olhar
Como o Amazonas na sua nascente
Meus olhos pareciam ilhas ladeadas de águas mornas

Agora diga-me Deus, qual é o sentido da minha vontade
Este querer sem poder, vontade jamais satisfeita
Peço para que na próxima encarnação, Deus me torne missionário
apesar de que assim não saciarei a vontade do meu pai,
ter um herdeiro do trono da miseria

bamo

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