Monday, July 23, 2007

Terra do pão seco

Asteado nas bordas da vida
Vou contado fabulas que meus
Avôs contavam na lareira,
Lambendo os gomos da maçaroca
Que já não cresce na machamba de vovó Ngelina

Recordei que a terra que pariu heróis exilados em Tanganyca,
Sob égide de marxismo já andava nas negociatas do Clube Paris;
Recordei também que a escrita bateu as botas com a fome do tempo,
Que não remunerou os escribas que ergueram palácios por baixo das pontes

Queria voltar aos tempos da clandestinidade,
Lá éramos unidos, irmão, filhos da savana cantado por Malungate
Queria voltar ao conceito de unidade proclamado por Mondlane
Lá nas terras do nosso padrinho Kambarage.

Os Matateu linha viraram bilheteiros de ten years;
Os Malangatana linha foram a Lisboa e nunca mais,
Ouvi dizer que desertaram-se da manada e foram parar
Na terra que Hitler ergueu como único Mundo.

Acordei porque o galo cantou, não fosse
Estaria lá mergulhado na minha esteira e não viria o dia a transpor, sob minhas costas este mísero momento


No comments: